Prédio de antigo cinema mantém seu glamour

Na Rua São Caetano, mais conhecida como rua das noivas, existem inúmeras edificações que estão muito bem cuidadas, onde na sua grande maioria funcionam lojas especializadas.

Recentemente recebi e-mail do João José Basso fazendo um comentário em especial sobre uma delas, onde funcionou o antigo Cine Eden na Rua Sao Caetano esquina com a Rua Dutra Rodrigues. A construção está impecável e funciona a Loja de Tecidos Riviera.

 Basso ainda comenta: está provado que muitas das construções antigas de São Paulo , em se mantendo e aplicando uma pequena reforma sem descaracterizar o imovel, este mostrara todo o seu "glamour" inclusive se destacando junto a construções mais recentes. 


Concordo plenamente! 

Em 1924 ocupado por uma loja. Site: Saudades de Sampa

Foto: Hélio Bertolucci Jr. ©

O  Cine Éden foi fundado em 1911 pelos irmãos Isola (Bruno e Giosué), e logo despertou os ciúmes de um outro cinema localizado na vizinhança, o Edson, da rua Mauá. Para fazer frente ao novo concorrente, o Edson fazia sua barulhenta bandinha com músicos fantasiados desfilar pela rua de São Caetano, precedendo carregadores de placas luminosas da sua propaganda. O artifício de pouco adiantava porque a programação do Eden, parece, agradava mais ao público. No dia 5 de maio de 1911, a bandinha do Edson, aparentemente visando a tornar mais efetiva a sua mensagem, interrompeu sua caminhada frente ao Eden, sob o som da marchinha Vem cá, mulata. Era o sinal para que vários garotos que a acompanhavam começassem a atirar pedras no cinema rival. Os partidários do Edson reagiram e a pancadaria se generalizou. As maiores vítimas do conflito foram o bombardino e o bombo, totalmente espatifados no final. Na briga pela sobrevivência, o Eden levou a melhor. Enquanto o rival sucumbiu cedo, ele chegou à sua primeira década. Ajudou-o na empreitada o seu bar anexo com o "grande depósito dos afamados vinhos italiano Barbiera, Grignolino, Freisa, Chianti e Bianco seco".

FONTE: Almanaque Paulistano/Saudades de Sampa 

Colaborações:
João José Basso 
Saudade de Sampa