quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Que utilização dar a um imóvel antigo?

Um dos grandes questionamentos em relação as antigas construções, quando se fala em preservação, é  qual finalidade que será dada àquele imóvel. 

Não basta fazer uma reforma, em todos os seus detalhamentos e deixar o imóvel vazio, ou ainda, pensar que  construção antiga tem que virar Museu. 

Uma grande tendência mundial e pouco usada no Brasil,  em especial nos grandes Centros, dar um retrofit nestas construções que é o  processo de modernização de algo que já está ultrapassado através da engenharia e de novas tecnologias. 

Na cidade de São Paulo temos alguns bons exemplos, pontos turisticos, que são antigos casarões utilizados como museus, agências bancárias, escriórios de arquitetura, etc: A Casa das Rosas foi transformada em centro cultural, assimo como a Casa de Dona Yayá, no bairro da Bela Vista. O Banco Real (Santander) tranformou um antigo casarão que funcionou uma antiga lanchonete do MC Donald's em uma agência bancária em plena Av. Paulista, assimo como, o Banco Itaú também tem uma agência em um antigo imóvel A antiga residência da família Dumont, no bairro dos Campos Elíseos, foi toda restaurada e transformada em Museu da Energia. Na rua do Gasometro, no Brás, inúmeros imóveis tem finalidades comerciais. Não ésó grandes empresas que podem fazer isso, claro, se for dada as facilidades para que alguém possa reformar e utilizar estas antigas construções, com certeza estes imóveis seriam vistos com outros olhos.

Recentemente recebi através deste blog um contato de um artista plástico querendo dicas de construções antigas para montar uma galeria de arte, aplicando nas reformas leis de incentivos fiscais. Pelo que estou sabendo, entre nossos contatos, a coisas ainda não deslanchou devido a muita burocracia.

Mas nem tudo está perdido. Recentemente foi inaugurado no bairro do Ipiranga a Cia de Teatro de Heliópolis, em uma antiga casa, da década de 1920,  abandonada há mais de 20 anos. A casa era da musicista Maria José de Carvalho, que não teve filhos e após seu falecimento a casa ficou em poder do Estado. Na residência encontraram alguns pertencentes de Maria José, como seu piano, fotos, etc. Os próprios integrantes da Cia. de Teatro ajudaram na recuperação do imóvel e criaram até uma biblioteca. 

Isto sim é uma lição de cidadania e observamos que muito mais poderá ser feito na cidade. 

Parabéns pela iniciativa!



3 comentários:

Jordons disse...

parabéns pelo artigo, concordo plenamente.
abs, Jordons

Carla Rodrigues disse...

Olá
O que eu observo é que existe uma predominância em transformar edifícios antigos (tombados ou não) em centros culturais, pelo menos aqui em Porto Alegre. Não sabe o que fazer? Coloca um centro cultural e pronto, ou vira museu.
O que me preocupa mesmo, é o impacto que a reutilização dos espaços pode provocar na história, na "sui generis" do lugar. A preocupação sempre fica em torno da conservação da estrutura física, mas eu pergunto, e a memória do lugar? Um exemplo aqui em Porto Alegre, é a antiga fábrica da cervejaria Bopp, que virou da Brahma antes de fechar. O complexo industrial foi tombado. Por fim, passou por uma resignificação, servindo como sede para um shopping. A arquitetura foi preservada, mas quem que ali freqüenta sabe que ali era uma fábrica? A administração instalou um pequeno museu, mas não é de cerveja, ou algo relacionado as primeiras atividades ali desenvolvidas. Faz sentido isso?
A preocupação com a preservação do patrimônio ainda é muito recente no país, legalizada apenas em 1937 pela constituição, e fazem apenas 10 anos que passou a se considerar os bens imateriais como patrimônio também. Enfim, ainda temos muito a percorrer, e creio que a preservação dos bens materiais em sacrifico da sua historia em nada garantem a sua memória. Sem conhecimento não somos capaz de diferenciar o especial do medíocre. Sem conhecer a história do edifício, da fábrica ou seja o que for, vai parecer aos nossos olhos, apenas algo velho, e na melhor das hipóteses algo esteticamente bonito. E necessário a preservação do todo e principalmente se investir em educação patrimonial.

Hélio Bertolucci Jr. disse...

Carla,

Creio que não seja somente em Porto Alegre que aconteça isso. Aqui em São Paulo temos um antiga fábrica que foi comprada pelo Supermercados Extra (do grupo Pão de Açuçar). Eles fizeram uma bela restauração, mas acredito que poucas pessoas saibam da história daquelel lugar. Aliás, em tempo, quem está dentro do supermercado ficou tão moderno que não existem resquicios da antiguidade da fábrica (rs).