Hoje quero falar de uma grande construção, ou melhor dizendo, de uma grande construção fabril, localizada no bairro da Mooca. As antigas instalações da Antarctica Paulista.
No
Wikipedia tem toda a história da cervejaria Antarctica, que aqui reproduzo alguns parágrafos.
A Antarctica foi fundada em 1885 e inicialmente era um abatedouro de suínos, de propriedade de Joaquim Salles junto com outros sócios, localizada no bairro no bairro de Água Branca, na cidade de São Paulo.
A empresa possuía uma fábrica de gelo com capacidade ociosa e isso despertou o interesse do cervejeiro alemão Louis Bücher, que desde 1868 possuía uma pequena cervejaria.
Os dois empresários se associaram, e em 1888 criou-se a primeira fábrica de cerveja do país com tecnologia de baixa fermentação, com uma capacidade de produção de 6 mil litros diários. A Antarctica teve seu primeiro anúncio publicado no então jornal "A Província de São Paulo", atual estado de São Paulo, em março de 1889: "Cerveja Antarctica em garrafa e em barril - encontra-se à venda no depósito da fábrica à Rua Boa Vista, 50 [...]
[...] A sob a direção da Zerrener, Bülow & Cia. a empresa foi reorganizada e focou-se na fabricação de cerveja e refrigerantes. A partir de então recuperou-se e passou a crescer rapidamente,[2] sendo que em 1904 adquire o controle acionário da Cervejaria Bavária, na Moóca, que pertencia à Henrique Stupakoff & Cia. Neste local em 1920 passou a se situar a sede do Grupo Antarctica. [...]
A fábrica está fechada há mais de 10 anos. Em 2003 sofreu um grande incêndio, quando funcionarios da empresa Metaita Comércio de Metais, contratada pela Ambev, estavam no local realizando o desmonte e a retirada de máquinas e equipamentos. Entre possíveis causas do incêndio foi a improvisação de uma maçarico ligado a um botijão de gás de cozinha, usado para cortar ferros. Alguns partes próximas a antiga fábrica já foram demolidas, como a antiga Vila dos operários.
O conjunto arquitetônico da Antarctica na Mooca está em processo de tombamento desde 2007 e até agora não deram alguma finalidade ao lugar. Algumas especulações dizem que ali até poderá funcionar o Museu da Cerveja. De olho na grande área do seu terreno alguns projetos de torres de apartamento também estão sendo cogitados.
Em 2010 o prefeito Gilberto Kassab anunciou reurbanização da Mooca através da iniciativa privada reocupando às margens da linha férrea, marcadas por muitos galpões desativados e área invadidas. Isto quer dizer, vem ai mais demolições e pode incluir a fábrica da Antarctica.
Ali bem perto a antiga fábrica do açúcar União já foi totalmente demolida e lá está sendo construído o condomínio Luzes da Mooca. Ainda que por uma “bondade” o Conpresp solicitou que mantivessem a chaminé da fábrica.
Será que o progresso de uma cidade só é medido com a quantidade de edifícios residenciais construídos? Onde fica a qualidade de vida, o lazer e a história da nossa cidade, do nosso país?
E como será que está a fábrica hoje, em 2011? Não muito diferente de outros anos, encontra-se com os vidros das janelas todos quebrados, paredes pichadas, infiltrações, etc.
Descobri rescentemente através do Flickr uma pessoa que fotografou a fábrica internamente e o que observamos que parece um cenário de guerra.
Mariana Mattar me autorizou utilizar suas fotos para ilustrar este post. Obrigado Mariana.